Capital teve mais de 200 casos da febre, enquanto diversos municípios do estado tiveram surto de dengue
Foto: Reprodução da internet
Em Porto Velho, mais de 200 casos da Febre Oropouche já foram registrados em 2024, enquanto nos primeiros meses deste ano, a maioria dos municípios de Rondônia estava enfrentando um surto de dengue.
Embora ambas as doenças compartilhem sintomas semelhantes, existem diferenças distintas entre elas que vale a pena destacar.
Transmissão
Uma das principais distinções entre essas enfermidades é o método de transmissão: o vírus da dengue é disseminado através da picada do mosquito Aedes aegypti fêmea e possui quatro sorotipos distintos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, todos capazes de causar diferentes formas da doença.
Conforme o Ministério da Saúde (MS), além da dengue, o Aedes aegypti também é vetor do Zika e chikungunya.
Por outro lado, a febre Oropouche é mais comum na região Amazônica e transmitida pela picada do Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou meruim, sendo este mosquito 20 vezes menor que o Aedes aegypti.
A febre Oropouche também pode ser transmitida por outros mosquitos. O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) permanece no sangue desses insetos após picarem uma pessoa ou outro animal infectado, conforme informações do MS.
Até o momento, não há evidências de que o Aedes aegypti (mosquito da dengue) também seja vetor dessa doença.
Sintomas
Os sintomas da dengue e da febre Oropouche são bastante parecidos e incluem:
- Febre alta (acima de 38°C)
- Dores no corpo e articulações
- Dor atrás dos olhos
- Mal-estar
- Perda de apetite
- Dor de cabeça
- Manchas vermelhas na pele
- Diarreia
Geralmente, os sintomas da febre Oropouche duram de 2 a 7 dias e raramente deixam sequelas. Mesmo nos casos mais graves, os pacientes se recuperam bem. Até o momento, não há registros de mortes associadas à infecção pelo vírus no Brasil, conforme o Ministério da Saúde.
Ao contrário da dengue, a febre Oropouche não evolui para quadros graves e hemorrágicos. Por isso, alguns sinais de alerta podem ajudar a distinguir as duas doenças. Os sintomas da dengue hemorrágica incluem:
- Dores abdominais intensas e contínuas
- Náuseas
- Vômitos persistentes
- Sangramento de mucosas
- Hemorragias
Diagnóstico
A principal forma de diferenciação entre as duas doenças é por meio de diagnósticos. Ao apresentar sintomas, o paciente deve procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima para realizar exames laboratoriais e clínicos.
Inicialmente, serão realizados testes para dengue e outras arboviroses. Se os resultados forem negativos, uma avaliação clínica e epidemiológica será feita para detectar a febre Oropouche.
Em Rondônia, a coleta de amostras é feita na rede municipal de saúde e enviada para o laboratório estadual, conforme diretrizes do Ministério da Saúde, em colaboração com as secretarias estaduais e municipais de saúde.
Tratamento
Assim como a dengue, a febre Oropouche possui tratamento específico. O Ministério da Saúde recomenda que os pacientes descansem e sejam acompanhados por médicos.
A hidratação do paciente é uma parte crucial do tratamento, especialmente porque a dengue pode causar desidratação. Portanto, é importante ingerir muita água, sucos, água de coco ou isotônicos. Bebidas alcoólicas, diuréticas ou gaseificadas, como refrigerantes, devem ser evitadas.
Prevenção
As medidas preventivas para ambas as doenças incluem evitar a picada do mosquito e eliminar possíveis criadouros, como:
- Evitar áreas com alta incidência de mosquitos, sempre que possível
- Utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele quando em áreas de mata densa
- Manter a residência limpa e eliminar possíveis locais de reprodução de mosquitos, como recipientes com água parada e acúmulo de folhas
- Evitar deixar o lixo exposto, para evitar o acúmulo de água
- Utilizar cortinas e mosquiteiros em áreas rurais e silvestres
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